PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (7), a Operação Soldados da Usura, uma ação conjunta entre os Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de Rondônia e Mato Grosso, com o apoio das Polícias Judiciária Civil, Militar, Penal e do Sistema Socioeducativo. Estão sendo cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
A Operação tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa envolvida em empréstimos ilegais (usura), extorsão, lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica.
Em Mato Grosso, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) está cumprindo três mandados de busca e apreensão em Cuiabá e um em Diamantino, onde já foi efetuada uma prisão preventiva.
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A fase ostensiva da Operação Soldados da Usura tem como objetivo cumprir nove mandados de prisão preventiva e 42 mandados de busca e apreensão, além de medidas como a indisponibilidade de valores, imóveis, cotas sociais de empresas e veículos de luxo. Essas ações visam bloquear o acesso da organização criminosa a recursos financeiros ilícitos, que somam um total de R$ 73.655.246,00. Todas essas determinações foram emitidas pela Justiça Estadual de Porto Velho.
O Procedimento Investigatório Criminal teve início no Ministério Público de Rondônia a partir da comunicação da Corregedoria-Geral da Polícia Militar do estado, que encaminhou cópias de sindicâncias instauradas contra policiais militares, contendo indícios de crimes de usura e extorsão.
Com o aprofundamento das investigações se identificou uma organização criminosa constituída por uma rede de pessoas que tinham as funções de captar “clientes”, fazer empréstimos com juros ilegais, fazer as cobranças com o uso de violência e grave ameaça (inclusive com uso de armas de fogo), seguidos de atos de expropriação patrimonial, já que, em relação a diversas vítimas, os investigados se apossaram de valores e bens que lhes pertenciam, acumulando e movimentando expressivas cifras em dinheiro e bens móveis e imóveis.
A organização criminosa investigada na Operação Soldados da Usura utilizava práticas sofisticadas para ocultar e dissimular a origem de seus bens e valores. Eles moviam todo o patrimônio obtido ilicitamente por meio de empresas "fantasmas", que foram constituídas em nome de "laranjas", com documentos falsificados. A estratégia envolvia, ainda, a conversão de ativos ilícitos em lícitos por meio de investimentos significativos, como a compra de veículos, imóveis e até a construção de uma draga de extração de ouro no Rio Madeira.