PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
As polícias em diversas regiões do Brasil têm alertado a população sobre o perigo de replicar sinais, gírias ou símbolos que possam ser interpretados como pertencentes a organizações criminosas. Isso é particularmente relevante em áreas onde há uma presença mais intensa de facções, onde confrontos entre grupos rivais podem ocorrer com frequência.
No Mato Grosso, o alerta das autoridades sobre o uso de sinais associados a facções criminosas ganhou maior relevância devido a tragédias recentes. No último ano, pelo menos três pessoas foram executadas por razões relacionadas a esse contexto: uma influenciadora digital, uma cantora e uma pré-candidata a vereadora.
Essas vítimas, em diferentes situações, foram acusadas de usar sinais ou termos que facções rivais interpretaram como provocações ou alinhamento com grupos adversários.
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Os gestos associados a facções criminosas são frequentemente utilizados como uma forma de comunicação e identificação entre seus integrantes. Porém, o uso inadvertido desses sinais por pessoas comuns, seja em redes sociais ou na vida cotidiana, pode ser interpretado como uma provocação ou filiação a grupos rivais, colocando a vida da pessoa em risco.
Medidas Preventivas
Diante desse cenário, a polícia reforça a importância de:
- Evite usar sinais ou gestos desconhecidos em fotos ou vídeos. Mesmo que seja feito de maneira inocente, isso pode ser mal interpretado.
- Cuidado com letras, números ou combinações específicas em roupas, tatuagens ou grafites. Algumas combinações são associadas a facções.
- Oriente crianças e adolescentes. Eles podem ser influenciados por redes sociais ou amigos, sem entender os riscos.
Veja alguns sinais proibidos
Gestos considerados "proibidos" por facções criminosas podem variar conforme a região e os grupos em questão.
Abaixo estão exemplos de gestos e seus possíveis significados, segundo autoridades e relatos de comunidades:
- Três dedos levantados (ou gesto do "3") - Comumente associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Representa a sigla "PCC" ou lealdade ao grupo.
- Gesto do chifrinho (mão com indicador e dedo mínimo levantados)
Pode ser interpretado como referência ao Comando Vermelho (CV) ou a outras facções dependendo do contexto. Frequentemente mal compreendido como símbolo de facção, embora seja amplamente usado no rock e na cultura pop.
É o caso das irmãs Rayane e Rithiele Alves Porto, na cidade de Porto Esperidião, Mato Grosso, que chocou o estado, é mais um exemplo trágico das consequências da associação equivocada destes gestos a facções criminosas. As jovens foram torturadas e assassinadas após publicarem fotos nas redes sociais em que faziam o gesto popularmente conhecido como símbolo do "chifrinho". Contudo, na interpretação de integrantes do crime organizado, esse gesto foi entendido como um sinal de provocação ou alinhamento a uma facção rival.
- Gestos de "arma" (mão imitando uma pistola) - podem ser usados para representar violência ou intimidação, sendo ligados a várias facções como símbolo de poder.
- Formar a letra "C" com os dedos - ligado ao Comando Vermelho (CV).
- Gestos com a mão formando letras ou números específicos - algumas combinações indicam iniciais ou números representativos de facções específicas, como "157" (roubo qualificado, associado a atividades criminais).