ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso (ACS-MT), Sargento Laudicério Machado, repudiou falas do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT) em relação ao trabalho dos militares nas escolas cívico-militares, que o sistema também demonstra disparidade salarial dentro das escolas, visto que só a bolsa recebida pelos profissionais é bem maior que os salários dos professores que estão em sala de aula.
Sargento Laudicério considerou a postura do dirigente sindical como “desrespeitosa e sem conexão com a realidade” ao afirmar que “militar ganha mais para hastear bandeira do que professor”.
“Acredito que os profissionais da educação merecem respeito, assim como os policiais militares e não vejo razão em atacar o trabalho de uns para buscar melhorias ao trabalho de outros. Falo também como educador que sou, pois dos 21 anos na Polícia Militar, tenho a honra de dizer que também sou professor há 16 anos”, afirmou Laudicério.
Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL
O sindicalista fez um comparativo que a atuação da categoria de militares aposentados e de reserva recebem bolsa somente para hastear bandeira e cantar o hino nacional e que a remuneraão de um professor que está em sala e aula é muito menor. “Há esses casos dos militares que já estão na reserva, que são aposentados, e recebem bolsa. Só a bolsa para atuar hasteando bandeira e cantando o hino é muito superior a uma remuneração de um professor que está dentro da sala de aula, ou dos técnicos de apoio. É um recurso da Educação sendo utilizado pra criar algo que não tem uma previsão constitucional”, dispara o sindicalista.
Segundo Valdeir Pereira, o modelo pedagógico cívico-militar implementado pelo Governo de Mato Grosso tem se mostrado altamente eficaz na promoção de um ambiente escolar seguro, disciplinado e propício ao aprendizado e que existe uma contradição no posicionamento do Governo que diz não ter recursos para investir no aumento salarial dos profissionais da educação, mas usa recursos da pasta para pagar profissionais da Segurança Pública.
“Não há dúvidas e há relatos de professores que comprovam isso. Isso é fruto de uma estratégia cuidadosamente planejada para promover um ambiente educacional seguro e disciplinado, onde nossos estudantes possam prosperar.
Prefiro alunos próximo de policiais do que cooptados por facções criminosas, pois a assim terão referências para a formação de cidadãos de bem. Não podemos deixar ideologias políticas se sobreporem à qualidade de ensino e à segurança das nossas crianças e adolescentes”, argumentou
Ainda segundo o sindicalista, há sargento ou coronel recebendo recursos da Educação e que já tem remuneração superior a R$ 38 mil. "Enquanto professor em contrato temporário está recebendo em torno de R$ 4 mil a R$ 7 mil".
Para o representante dos profissionais da educação, o sistema de escola cívico-militar não é eficiente em sua proposta. “Quando a polícia conseguir recuperar as pessoas que estão no centro de recuperação mesmo, que são nas cadeias, com esse modelo de escola, quando conseguir elevar o processo educacional de pessoas que terão que cumprir pena de 15, 20 anos e eles saírem de lá, inclusive ingressando na faculdade, quando fizer essa transformação na vida da pessoa, aí sim defenderei as escolas militares”, argumenta.
Sargento Laudicério Machado explicou que a implementação dessas escolas não apenas fortalece a segurança no ambiente escolar, mas também contribui para a formação de cidadãos conscientes, responsáveis e comprometidos com os valores éticos e morais.
Por fim, pediu ao líder sindical que “ao invés de promover críticas ao bom funcionamento das escolas, que passe a aprender a dialogar com quem está fazendo um bom trabalho, pois cases de sucesso devem ser expandidos e não extintos, como ele quer”, finalizou o sargento e presidente da Associação de Cabos e Soldados de Mato Grosso.