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Política e Eleições / REFORMA AGRÁRIA

Ato realizado em Tremembé reforça luta por direitos no campo; duas pessoas foram assassinadas

Após o ato, ministro do MDA reuniu-se com delegados que investigam o atentado no assentamento Olga Benário

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, segue acompanhando os desdobramentos do atentado contra o Assentamento Olga Benário, ocorrido na sexta-feira passada em Tremembé, no interior de São Paulo. Teixeira participou na manhã deste último sábado (18), em Tremembé, do ato Por Reforma Agrária, Vida e Justiça, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Foto: Divulgação

assassinados em assentamento

 

O ato cobra celeridade na investigação do crime que resultou nos óbitos de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e deixando outros seis assentados feridos, um deles gravemente.

O ataque contra os assentados teria como principal motivo a disputa em torno de venda de lotes da reforma agrária. Muitos assentados abandonam suas terras por falta de assistência técnica e recursos e e estes lotes são disputados por pequenos agricultores e grileiros.

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O Governo  Federal vem tentando aumentar o número de famílias assentadas, mas não disponibilizou o dinheiro necessário. Na semana passada, o governo publicou portaria permitindo que empresas estatais troquem terras rurais por dívidas com a União, semana passada, o governo publicou portaria permitindo que empresas estatais troquem terras rurais por dívidas com a União,

O ministro reforçou o compromisso do Governo Federal em seguir trabalhando para combater a impunidade garantindo a responsabilização dos envolvidos.  “Nós esperamos esclarecimentos da polícia. A sociedade brasileira não aceitará nada que não esclareça 25 pessoas cometerem um crime dessa natureza, e sabemos que muitas entidades também irão acompanhar para saber a autoria desse crime”, destacou. “A prisão desses autores vai servir para dizer ao Brasil que a reforma agraria está sendo feita e não aceitaremos qualquer resistência a ela”, completou.

Na ocasião, Teixeira também deu detalhes sobre o encontro que teve esta semana com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para discutir a adoção de medidias protetivas aos assentados. Ele adiantou que Lewandowski irá acionar a Polícia Federal para que acompanhe um grupo específico de combate à violência no campo. “Nós queremos aperfeiçoar os mecanismos de defesa dos assentados enquanto estiverem sendo ameaçados, além de ter maior capacidade preventiva e uma reação do Estado brasileiro para impedir ações como essa", disse.

Após o ato, o ministro, o presidente do Incra, César Aldrighi, e a superintendente do Incra em São Paulo, Sabrina Diniz, se reuniram com os delegados da Polícia Civil, Marcos Ricardo Parra, Vinícius Garcia Vieira e Múcio Mattos Monteiro de Alvarenga, para verificar o andamento das investigações.

Assentamento Olga Benário

Criado há 19 anos, o assentamento Olga Benário tem cerca de 50 famílias que trabalham com agricultura familiar diversificada, produzindo mandioca, cana de açúcar, hortaliças, pecuária e alimentos para o mercado local e para subsistência. A produção agroecológica é destaque, com Sistemas Agroflorestais que integram hortaliças, árvores frutíferas e práticas como coleta de sementes florestais e adubação verde.

Sobre o crime – O ataque aconteceu por volta das 21h de sexta-feira passada (10/1), quando um grupo de homens armados invadiu o assentamento e atirou contra os moradores. O suspeito de chefiar o ataque, Antônio Martins, conhecido como "Nero do piseiro", foi detido no sábado (11) após ser reconhecido por testemunhas. Ele passou por audiência de custódia e a Justiça decidiu mantê-lo preso por 30 dias. A polícia está à procura de outros envolvidos e já pediu a prisão de um segundo suspeito, Ítalo Rodrigues da Silva, que está foragido. A Justiça de São Paulo autorizou sua prisão temporária.

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