PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O conselheiro Guilherme Antonio Maluf, presidente da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), propôs a ampliação dos serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Cuiabá. A medida tem como objetivo reduzir a sobrecarga nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que frequentemente enfrentam altos volumes de pacientes, principalmente em situações de urgência. Essa iniciativa visa melhorar o atendimento à população, além de otimizar os recursos da saúde pública e oferecer mais opções de cuidado preventivo.
“Isso pode ser feito, por exemplo, colocando o terceiro turno. Há formas de se ofertar maior serviços para a população sem mexer no que já está pactuado com o Sistema Único de Saúde”, afirmou Maluf em coletiva de imprensa na quinta-feira (30).
O tema da ampliação dos serviços nas UBSs de Cuiabá ganhou destaque após um decreto do prefeito Abilio Brunini, que determinou que essas unidades passassem a atender pacientes em demanda espontânea. O objetivo da medida era aliviar a sobrecarga nas UPAs, que frequentemente enfrentam uma alta demanda, especialmente em casos de urgência e emergência.
No entanto, a decisão gerou críticas de entidades da área da saúde, como o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e o Sindicato dos Médicos (SindiMed-MT). Eles argumentam que as UBSs e as UPAs têm finalidades diferentes e que as unidades de saúde básica não são estruturadas para atender a emergências, carecendo, por exemplo, de equipamentos e profissionais especializados para realizar exames necessários em situações de urgência. Isso levanta preocupações sobre a qualidade do atendimento e o impacto nas condições de saúde da população.
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“O prefeito tem que procurar soluções para isso mesmo. Só que existem alguns entraves burocráticos que têm que ser observados e, nesse ponto, o CRM tem competência para fazer as observações que tem feito”, disse Maluf, ao elogiar a iniciativa de Abílio. “O prefeito está correndo atrás. Acho muito elogiável da parte dele”, acrescentou.
Para o conselheiro, a saúde pública pode ser melhor trabalhada culturalmente, para que a população utilize as unidades básicas de saúde de forma mais adequada. Além disso, defendeu que programas essenciais, como os de acompanhamento de hipertensão e diabetes, que são fundamentais, não podem ser comprometidos.
Dengue e Chikungunya
Na ocasião, Maluf também criticou a falta de ações preventivas contra a Dengue e a Chikungunya em Mato Grosso, onde os casos prováveis passam de 4 mil, segundo o Ministério da Saúde. “A prevenção foi riscada do mapa. Campanhas publicitárias teriam que estar acontecendo. Todo ano nós temos esse aumento do número de casos, então é possível prever isso.”
Outro fator que pode prejudicar a continuidade de serviços na saúde e fragilizar o combate às doenças, segundo o conselheiro, é a troca de cargos técnicos no setor. “Esse ano tivemos a troca de quase 50% dos prefeitos e alguns ainda vêm com a mentalidade de renovar cargos. Tem que ter muito critério para trocar cargos na saúde. Estou recebendo muitas denúncias sobre isso na Comissão.”