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Política e Eleições Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025, 13:35 - A | A

15 de Janeiro de 2025, 13h:35 A- A+

Política e Eleições / MATERIAL PEDAGÓGICO

Descarte inadequado de apostilas e livros escolares gera preocupação em relação à gestão dos recursos destinados à educação

Sintep-MT cobra ação dos órgãos de fiscalização sobre políticas privatistas na educação que desviam recursos públicos e outras prioridades são negadas

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Foi registrado na última uinta-feira (09), no município de Água Boa, Mato Grosso, livros didáticos e apostilas do Sistema Estruturado do governo de Estado, que deveriam ser usados para o aprimoramento educacional, foram encontrados jogados no lixo, ainda em pacotes fechados.

Outro fato já ocorreu em dezembro de 2023, quando o Sintep-MT flagrou e denunciou à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) sobre o descarte de livros em Várzea Grande, armazenados em depósito e aparentemente destinados à incineração. 

O material trata-se de apostilas com conteúdo de bimestres anteriores, que não foram utilizadas e seriam descartadas, conforme a denúncia. Apesar da denúncia feita pelo Sintep-MT e a notificação encaminhada à Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), até o momento não houve esclarecimentos satisfatórios sobre o ocorrido.

A dirigente estadual do Sintep-MT, Maria Aparecida Cortez, tem feito denúncias recorrentes sobre os impactos do Sistema Estruturado de Ensino na educação pública estadual. No caso das apostilas incluídas no programa, existe até uma ação popular que questiona a validade do processo licitatório de mais de meio milhão de reais, dos quais parte foi destinada à aquisição do material descartados.

"No processo licitatório, não foram estabelecidos prazos de entrega nem a quantidade de material para cada ano escolar. A ação também aponta o apostilamento como desnecessário, uma vez que, na época, o MEC já fornecia livros didáticos gratuitos", lembra.

Para o Sintep-MT, já passou da hora de os órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público Estadual (MPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), apurarem as denúncias de desvio de finalidade.

"São recursos públicos da educação que poderiam ser investidos na melhoria salarial, na valorização profissional e no retorno para a comunidade. O MPE precisa investigar e o TCE precisa acompanhar, pois é da competência desses órgãos. São recursos públicos", enfatiza Cida Cortez.

A dirigente faz o alerta de que não podem penalizar as escolas, mesmo que o descarte tenha sido feito de forma inadequada.

“O crime não é da unidade escolar. Precisamos levantar as razões que levaram a escola a descartar o material. O material chegou a tempo de ser usado? Veio em quantidade excessiva? Com a desativação das bibliotecas, não há mais onde armazená-los? Precisamos entender o que aconteceu. Contudo, o MPE precisa investigar a fundo a atuação da Secretaria de Estado de Educação, tanto na aquisição do material quanto no cumprimento dos prazos de entrega. Toda essa investigação precisa ser feita", conclui.

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