ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na última sexta-feira (01), que uma vitória da candidata democrata Kamala Harris sobre o republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos seria mais "seguro" para a democracia. "Sou amante da democracia. Acho que é o melhor sistema de governo que a sociedade construiu no mundo. Ela permite aos contrários, os antagônicos, uma disputa civilizada na discussão de ideias, sem violência. Acho que a Kamala ganhando as eleições, é muito mais seguro para fortalecer a democracia nos Estados Unidos", afirmou Lula, em entrevista a uma emissora francesa.
Lula postou em rede social trechos de sua entrevista ao jornalista Darius Rochebin, do canal de notícias francês LCI – ligado à rede TF1.O presidente reafirmou os três principais eixos que serão o foco da presidência brasileira do G20, na Cúpula do bloco a ser realizada nos dias 18 e 19 de novembro. O primeiro deles é um chamado aos países ricos e em desenvolvimento a uma mobilização global contra a fome e a miséria.
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"Estamos organizando um G20 no Brasil com foco no combate à fome, por meio de uma Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Não há mais justificativa para termos 733 milhões de pessoas passando fome em um mundo autossuficiente na produção de alimentos, enquanto os gastos com armas e guerras alcançam a marca de US$ 2 trilhões", destacou Lula em sua rede social.
O chefe de Estado brasileiro voltou destacar a experiência do Brasil com políticas inclusivas para mostrar que é possível acabar com a fome. "Retiramos o Brasil do Mapa da Fome quando deixei o governo em 2010. Quando retornamos, em 2023, eram 33 milhões de pessoas na miséria. Já tiramos 24 milhões de pessoas e vamos terminar 2026 com as pessoas comendo todas as três refeições. Nada é impossível para o ser humano quando ele tem uma causa", postou Lula.
Clima e governança global
Lula passou ainda pelos dois outros eixos do G20 Brasil – a questão climática e a movimentação por uma reformulação nos organismos de governança global. "A segunda pauta do G20 no Brasil é a transição energética e a questão climática. Nosso país possui 90% de sua energia elétrica proveniente de fontes limpas, e queremos fazer dessa uma discussão central. Existem dezenas de alternativas para despoluir o mundo e reduzir as emissões de gases de efeito estufa", afirmou.
O presidente lamentou a maior onda de conflitos bélicos desde a Segunda Guerra Mundial, numa nova crítica indireta à falta de uma governança global capaz de promover o diálogo. "Sempre é o momento de construir a paz. Precisamos de pessoas dispostas a conversar e dialogar para encontrar soluções para os problemas do mundo. Seja no Iêmen, no Irã, no Sudão, em Israel, no Líbano, na Rússia ou na Ucrânia, devemos ter a capacidade de dialogar. O poder do argumento tem mais impacto do que o poder de uma metralhadora."