ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A servidora Caroline Campos Dobes Conturbia Neves pediu exoneração do cargo de secretária adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), após ser alvo da Operação Panaceia, da Polícia Federal, na última sexta-feira (06). Ela já havia sido afastada desde o início do mesmo dia.
Segundo a assessoria da SES, com a exoneração, Caroline se dedicará integralmente à sua defesa jurídica, para a elucidação dos fatos.
A operação apura fraudes em licitações e contratações para o Hospital Regional de Cáceres, no período da pandemia de Covid-19, que somam R$ 55 milhões.
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Além de Caroline, um outro servidor, que ainda não teve a identidade revelada, foi afastado. A operação ainda cumpre um mandado de prisão temporária, 15 mandados de busca e apreensão e bloqueio de R$ 5,5 milhões dos envolvidos.
Segundo as investigações, as fraudes tiveram início durante a pandemia de COVID-19, quando servidores públicos e agentes privados se associaram para direcionar recursos da saúde a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados.
Caroline Campos também é investigada no âmbito da Operação Espelho por supostamente ter beneficiado empresas que integram um suposto “cartel” na Saúde de Mato Grosso. As portarias de substituição constam do Diário Oficial do Estado, que circula nesta segunda-feira (04.03) referente aos contratos nº 170, 176, 185, 191. Com a mudança, os contratos passam a ser do servidor Oberdan Ferreira Coutinho Lira.
O contrato nº 185 com a empresa KCRS Comércio de Equipamentos tem vigência até novembro de 2024 e o contrato nº 191 com a empresa Hospcom Equipamentos Hospitalares Ltda consta com vigência entre 12 de dezembro 2023 até 15 de novembro de 2024. Ambos os contratos são para aquisição de equipamentos médicos hospitalares.
A adjunta de Gestão Hospitalar também foi substituída nos contratos Nº 170 da empresa Siemens Healthcare Diagnósticos Ltda e nº 176 com a empresa Carl Zeiss do Brasil Ltda. O contrato nº 170 se trata de “aquisição de equipamentos hospitalar” tomografia computadorizada para atender as necessidades do hospital central de alta complexidade vinculada Secretaria de Estado Saúde e dos Hospitais Regionais sob gestão direta da Secretaria de Estado de Saúde. Já o contrato nº 170 se trata da aquisição de equipamento médicos hospitalar microscópio cirúrgico, para atender as necessidades do hospital central e Hospitais Regionais sob gestão direta da Secretaria de Estado de Saúde.
Em fevereiro deste ano, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou o aditamento da denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra Caroline Campos. A servidora afirmou em sua manifestação protocolada na Justiça, que não exerce função dentro da pasta relacionada a pagamentos, licitações e nem fiscalização de contratos, sendo “impossível” assim ter beneficiado empresas que integram um suposto “cartel” com contratos no Governo.