ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A morte da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, assassinada em Cuiabá, gerou forte comoção e levou políticos mato-grossenses a se manifestarem nas redes sociais e à própria imprensa. Autoridades cobraram justiça e defenderam o endurecimento das penas para os responsáveis pelo crime. Após o ex-servidor público Benedito Anunciação Santana, 40 anos, ser apontado como um dos suspeitos na morte da enteada.
Durante entrevista na última quarta-feira (23), o governador Mauro Mendes (UB) afirmou ter sido surpreendido com o caso e pediu a condenação dos envolvidos. “Uma criança de 16 anos, é lamentável isso, é dolorido, tenho filhos. Eu sei que cada pai, cada mãe que tem um filho, um adolescente, não importa a idade, você se sente no lugar daquela mãe que também foi brutalmente agredida, atingida e teve sua filha assassinada”, declarou.
O governador voltou a criticar o Código Penal brasileiro e cobrou ação do Congresso Nacional para endurecimento das leis. “Não adianta nada nós prendermos, daqui a pouco solta na audiência de custódia. É, porque é réu primário, ‘porque é isso, porque é aquilo, porque tem endereço fixo, tá na lei’. Se o juiz solta, não é porque o juiz é bonzinho, porque a lei é frouxa nesse país, eu vou dizer isso muitas vezes, eu espero que o Congresso Nacional possa agir e mudar isso, não deixar que a sociedade brasileira que tá com câncer da violência, que aí refém de um código penal de 1940 com vários remendinhos feitos ao longo do tempo”, defendeu.
Por sua vez, a primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, voltou a cobrar ação dos senadores, deputados federais e do presidente da República diante dos casos de feminicídio que têm ocorrido em Mato Grosso e em todo o Brasil. “É absurdo tudo isso que está acontecendo. Não é só aqui no nosso estado. O que fizeram com a menina Heloysa foi cruel, cada caso é pior que o outro. Esses criminosos têm que ser mantidos presos. Se for menor, vai ter que sentir as consequências de escolher ser um feminicida”, cobrou Virginia Mendes.
Enfática, a primeira-dama do Estado tem clamado e cobrado por mudanças nas leis. “Precisamos que senadores, deputados e o próprio presidente tomem providências urgentes. Vamos lutar para que algo concreto seja feito. É horrível tudo isso que tem acontecido em nosso estado. Já que em Brasília não resolvem, vamos ter que brigar para que isso aconteça”, alertou.
“Cadê o presidente? Não vai reunir todos os seus ministros, senadores, deputados e mudar a lei? Só depende da boa vontade dele lutar por isso. Será que ele não se importa com as mulheres sendo mortas no Brasil?”, questionou.
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Virginia ainda falou sobre o perfil dos feminicidas. “Esse homem, o Benedito, já tinha passagem pela polícia por outros crimes e por violência doméstica, assim como em outros casos de que temos conhecimento. As leis frouxas são responsáveis pela impunidade. Esse é o sentimento. Precisamos de leis mais duras, mais severas”, salientou Virginia Mendes.
“Na maioria dos casos, esses delinquentes respondem pelos crimes em liberdade. Muitos acabam migrando para outros estados, mudam documentos e fazem outras vítimas. Nossas leis são arcaicas — o Código Penal de 1940, leis criadas há 85 anos – um sistema fraco. Volto a repetir: se o presidente quiser, ele resolve isso”, completou Virginia Mendes.
Já o secretário-chefe da Casa Civil, Fabio Garcia (UB), defendeu penas mais duras, especialmente em casos de feminicídio.
“Heloysa era uma jovem cheia de vida. Mais uma mulher pagando a conta de um país aonde reina o sentimento de impunidade. […] O que a gente espera agora? A maior pena possível para o Benedito. Eu esperava, na verdade, que o Benedito pudesse ter prisão perpétua, pelo crime que cometeu, jamais poderia voltar a conviver em sociedade porque tirou a vida de uma pessoa inocente”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais.