ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O MDB estuda a viabilidade de lançar nomes da sua base estadual para disputar vaga na Câmara dos Deputados em 2026, com a saída do deputado federal Juarez Costa.
O movimento, ainda em fase de articulação, ocorre em meio à reorganização do partido no estado, com foco na renovação dos diretórios e na montagem de uma chapa competitiva para a Assembleia Legislativa.
Juarez Costa mesmo assediado pelo seu atual partido, o MDB, está de malas prontas para deixar a agremiação. “Estou saindo com o coração partido. Mas é uma questão de futuro político”, disse ele citando o mais recente caso, da deputada federal mais votada por Mato Grosso em 2022, Rosa Neide (PT) que mesmo obtendo quase 125 mil votos, não conseguiu se eleger por injunções do modelo eleitoral brasileiro onde aqueles que disputam cargos proporcionais (vereador, deputado federal ou estadual) depende da votação dos demais pares e de legenda para conquistar vagas representativas nas Casas Legislativas.
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Leonardo Bortolin (MDB), ainda mantém a esperança de que o deputado federal Juarez Costa fique no Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Para Bortolin, a possível migração de sigla de Juarez não é por causa da disputa pela presidência do MDB-MT, mas pela busca de uma chapa mais robusta que lhe garanta uma vaga na Câmara Federal em 2026.
“Eu acho que não é sobre quem vai ser o presidente, é mais sobre a estruturação de uma chapa federal. Ele busca essa autonomia para poder construir uma chapa que tenha condições de elegê-lo. Não tenho dúvida de que o Juarez fará mais de 100 mil votos. Mas temos o ‘efeito Rosa Neide’ no Estado”, argumentou Bortolin.
Em meio às especulações sobre uma possível saída do parlamentar da legenda, Bortolin entende que o partido deve oferecer as condições necessárias para que Juarez consiga viabilizar sua reeleição à Câmara dos Deputados. “Ele busca essa autonomia para poder construir uma chapa que tenha condição dele ser eleito. Eu não tenho dúvida que o Juarez vai fazer mais de 100 mil votos. Mas nós temos o efeito Rosa Neide no estado. Então há a necessidade dele poder construir uma chapa, um ambiente que seja favorável para a reeleição dele”, disse Bortolin.
Para Bortolin, a saída de Juarez seria uma grande perda para o MDB. No entanto, a maior preocupação do partido, atualmente, é construir a candidatura da deputada estadual Janaina Riva (MDB) ao Senado Federal. Assim, as chapas estadual e federal estariam em segundo plano.
“É claro que o MDB tem um projeto principal, que é a candidatura ao Senado da deputada Janaina Riva, mas nós vamos procurar também estruturar tanto uma chapa forte de estadual quanto de federal, para garantir, no pior cenário, que o MDB mantenha o mesmo tamanho que tem hoje”, comentou.
ACOMPANHE: Tenha notícias exclusivas no WhatsApp acessando o link: (clique aqui)
SIGA: Seja nosso seguidor no Instagram e acompanhe as notícias e conteúdos (clique aqui)
SIGA: Seja nosso seguidor no X antigo Twiter tenha acesso as notícias e conteúdos (clique aqui)
Juarez Costa, que já foi prefeito de Sinop (a 503 km de Cuiabá) por dois mandatos e atualmente cumpre seu segundo mandato como deputado federal, tem sido cortejado por outras siglas. Nos bastidores, é visto como peça estratégica para a formação de qualquer frente de centro que queira ganhar musculatura no interior do estado.
A movimentação em torno de Juarez não é isolada. Outro nome do MDB que cogita mudar de sigla é o deputado federal Emanuelzinho. A tendência, segundo apurações de bastidores, é que ele migre para o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que pode passar a ser comandado em Mato Grosso pelo ex-governador Pedro Taques, atualmente sem filiação.
Os bastidores, mais uma vez, mostram que o MDB enfrenta uma encruzilhada estratégica. Perder nomes como Juarez e Emanuelzinho pode enfraquecer a musculatura da sigla justamente no momento em que as articulações para 2026 começam a sair da sombra.