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Política e Judiciário Segunda-feira, 14 de Abril de 2025, 10:00 - A | A

14 de Abril de 2025, 10h:00 A- A+

Política e Judiciário / DESAFIO DO GOVERNO

Ministro Carlos Fávaro se compromete na produção de arroz para a segurança alimentar dos indígenas do Xingu

Representantes do território do Xingu buscam inclusão em programa federal voltado à segurança alimentar e querem incentivo à agricultura sustentável nas aldeias

DA REDAÇÃO

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu representantes da Terra Indígena Capoto Jarina, localizada no município de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, para tratar de apoio à produção de arroz para a segurança alimentar dos indígenas.

Representados pelo neto do cacique Raoni, Patxon Metupktire, com quem o ministro se encontrou junto com o presidente Lula na última sexta-feira (04), os indígenas da etnia Xingu pediram apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a produção de arroz.

Conforme explicou Patxon, são cerca de 680 pessoas vivendo na terra indígena e o arroz se tornou a principal base de alimentação, tendo em vista a distância dos rios para a pesca e caça. O apoio visa a produção do alimento para a subsistência e geração de renda com a comercialização do excedente.

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O Mapa desenvolve o programa de Promoção da Segurança Alimentar para Etnias Indígenas por meio de parceria com instituições. Em Mato Grosso, o projeto já está sendo desenvolvido junto aos Xavantes e Tapirapé e dispõe de maquinário, insumos para preparação do solo e assistência técnica para assegurar uma boa safra.

Na reunião realizada nesta quinta-feira (10), em Brasília, o ministro garantiu apoio ao pleito dos Xingu para o desenvolvimento do projeto no local.

Carlos Fávaro, que representa um ministério tradicionalmente ligado ao agronegócio convencional, agora enfrenta o desafio de apoiar um modelo de produção indígena. O tema é delicado: de um lado, há pressão de ruralistas contra a expansão de terras indígenas; de outro, a necessidade de cumprir promessas do governo Lula para essas comunidades. Se o ministro conseguir equilibrar os interesses, o projeto pode servir de modelo para outras regiões do país.

Enquanto o governo promete apoio técnico e logístico, especialistas questionam se o projeto terá continuidade caso haja mudança na gestão federal. Além disso, há dúvidas sobre como a produção em larga escala afetará a dinâmica cultural dos Xingu. Se bem implementado, porém, o arroz indígena pode se tornar um símbolo de como é possível aliar desenvolvimento econômico e preservação cultural.

A Terra Indígena Capoto Jarina, habitada pelo povo Xingu, já cultiva arroz em pequena escala, mas busca expandir a produção para garantir autonomia alimentar. O projeto pode reduzir a dependência de alimentos industrializados, que chegam a custar até três vezes mais em regiões isoladas. Além disso, a iniciativa tem potencial econômico: se bem-sucedida, pode abrir mercados para produtos indígenas, agregando valor à agricultura tradicional.

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