PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Nesta última sexta-feira (21), os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiram, em assembleia geral, manter a greve que ocorre desde dia 20 de maio nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Barra do Garças. A decisão foi tomada após uma longa discussão na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat) sobre a proposta de acordo apresentada pelo Governo Federal, que foi amplamente rejeitada pelos servidores. A UFMT deve votar na próxima segunda-feira (1) em assembleia geral para decidir se aceita o indicativo de saída proposto pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).
Professores da UFMT realizaram uma reunião do comando local de greve e comunicou a seguinte decisão:
“O debate sobre os rumos da greve dos docentes da UFMT, conforme orientação do Comando Nacional de Greve do Andes-setor nacional, será decidido com a Adufmat [Associação dos Docentes Federais de Mato Grosso] na assembleia da próxima segunda-feira (01), às 13h.
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Durante a assembleia, que contou com a participação de docentes, foram debatidos diversos pontos, incluindo a avaliação das negociações com o governo. Os membros do Comando Local de Greve (CLG) demonstraram bastante descontentamento com a falta de avanços significativos nas discussões.
O professor Aldi Nestor de Souza, membro do Comando Local de Greve, explicou que a categoria está focada em três eixos principais: questão salarial, questão orçamentária e questões não financeiras. Ele mencionou que a pauta salarial permanece sem alterações, com a proposta de zero reajuste em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Além disso, ressaltou que uma alteração na carreira está sendo vista como um elemento que pode "achatar os salários dos docentes".
O governo federal propôs um aumento de apenas 10% do montante solicitado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que totalizava R$ 4 bilhões. Em relação às questões não financeiras, a maioria dos avanços beneficia os Institutos Federais, como a revogação da Portaria 983/2020 e a concessão de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC).
Paralisação Nacional
O Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) anunciou que as paralisações devem ser completamente finalizadas até o próximo dia 3 de julho. No entanto, cada instituição terá autonomia para avaliar internamente como proceder em relação ao retorno das atividades acadêmicas e administrativas.
O martelo sobre o fim da greve foi batido após assembleias estaduais analisarem proposta de reajuste apresentada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após 69 dias de paralisação.
Entre as condições para a saída das instituições da greve, está o reajuste em 2025 e 2026 com percentuais diferentes para cada classe profissional, além da revogação da portaria que elevou carga horária semanal aos docentes. A medida está em vigor desde 2020.
De todos os envolvidos, a única categoria que, até agora, refutou a proposta foi a de técnicos-administrativos. Ainda segundo o sindicato, 55 universidades estavam em greve.
Confira a lista das universidades que aceitaram a proposta e encerraram a greve:
- UNB (Universidade de Brasília)
- UFC (Universidade Federal do Ceará)
- UFCA (Universidade Federal do Cariri)
- Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira)
- Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
- UFPR (Universidade Federal do Paraná)
- UFBA (Universidade Federal da Bahia)
- UFABC (Universidade Federal do ABC)
- UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
- UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
- UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano)
- UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul)
- UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul)
- UFVJM (Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri)