ELISA RIBEIRO
Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, revelou em audiência de custódia que o pai Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, teria desistido de matar a companheira Suellen de Alencastro Arruda ao receber um telefonema dizendo que eles poderiam se reconciliar. A ligação teria sido feita no momento em que Heloysa Maria de Alencastro Souza de 16 anos já havia sido morta na noite da última terça-feira (22).
“Ligou para a Suellen, a Suellen falou que estava conversando com o chefe dele, que era para eles se reconciliarem, o chefe dele ligou para ele e falou para ele. Nessa aí que eu não sei se eles tinham terminado, mas ele mudou totalmente a cabeça dele e falou ‘não, não é para fazer nada’. Não mexer com a Suellen e ele falou ‘vou aí buscar vocês’. Tira o que vocês vão levar e eu vou aí buscar vocês. Aí o J.V.P.B. [falou], ‘não, como que vai sair agora? Vai deixar o corpo da menina aqui?’”, declarou em depoimento.
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Gustavo narrou toda a ação do pai no dia crime, a qual teria tido início às 10h. Segundo ele, Benedito, conversou com ele por mensagem, dizendo que estava mal, até que enviou uma mensagem de visualização única na qual teria digitado que “queria se matar ou matar alguém”.
Depois, Benedito ligou e continuou com a mesma ideia. Às 14h já com celular no viva-voz, Benedito continuou a conversa com Gustavo e os dois adolescentes que também participaram do feminicídio de Heloysa. O rapaz de 18 anos contou que chegou a tentar fazer o pai mudar de ideia.
“Eu falei para ele que isso era problema, isso é muito problema para a sua vida. Eu tentei me aprofundar, buscar o real motivo”, na sequência ele completa explicando o que acha que tenha motivado a decisão do pai em matar Suellen.
“Algo parecido com uma traição, só que ele não me falou. Não sei se ele tava desconfiando. Ele não entrou neste detalhe. Não sei se pelo contato que a gente tinha ele ficou com vergonha de falar que foi corno ou não. Eu não sei. Uma insegurança, um ciúme”.
Gustavo frisou que a intenção inicial era de que apenas Suellen fosse morta. O suspeito teria combinado de buscar os meninos em uma praça e levá-los para a residência da companheira. Benedito entrou na casa primeiro, viu a menor e retornou até a garagem onde Gustavo e os dois adolescentes estavam.
“Até então era a Suellen, mas a Heloysa estava na casa. Aí ele falou, o meu pai ‘a Heloysa [tá em casa], vai ter que ser as duas’”.
A partir de então, Gustavo e os dois menores adentraram a residência. Heloysa teria se assustado com a chegada deles. Conforme Gustavo, rapidamente um dos adolescentes a arrastou para um dos quartos, momento em que ele (Gustavo) a amarrou pelas pernas até que J.V.P.B. tampou o rosto da jovem e a matou estrangulada.
A justiça de Mato Grosso manteve a prisão de pai e filho. A decisão foi do juiz da 2° vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis. Eles permanecem presos. Os dois foram transferidos para a Penitenciária Central do Estado (PCE), onde estão detidos no Raio 8, ala de segurança máxima.