PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na quinta-feira, 12 de dezembro de 2024, a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), realizou a Operação Venda Cancelada no município de Sinop. A operação teve como alvo uma investigação sobre o envolvimento de uma empresa de revenda de veículos no tráfico de entorpecentes.
Durante a ação, as autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de armas de fogo, munições, carregadores e veículos. Também foram bloqueadas contas bancárias de cinco alvos da operação.
Durante a operação, a equipe da DRE apreendeu cinco carros na revenda de veículos do principal investigado, que está foragido. Os veículos não tinham comprovação de origem lícita, o que levanta suspeitas sobre sua participação em atividades criminosas. Além disso, em outras residências investigadas, os policiais apreenderam uma espingarda, carregadores e mais uma pistola, reforçando a gravidade da operação e a investigação em curso.
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Operação Codinome Fantasma
Em outubro de 2024, a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) de Sinop deflagrou a Operação Codinome Fantasma, durante a qual apreendeu um veículo e uma faca na casa de um dos alvos, que é integrante de uma facção criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A Polícia Civil descobriu que o veículo apreendido estava registrado em nome de W.R.P., dono da garagem investigada na Operação Venda Cancelada, conduzida pela DRE.
O delegado Caio Fernando Albuquerque explicou que o veículo vincula o principal investigado da Operação Venda Cancelada a um dos alvos da Codinome Fantasma, estreitando as conexões entre os esquemas criminosos.
Além disso, a investigação da DERF de Sinop revelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo uma distribuidora de gás e água na cidade. A distribuidora estava envolvida em movimentações financeiras ilícitas, através das quais o dinheiro do tráfico de drogas era "lavado", ou seja, disfarçado de origem lícita, para ser reintegrado à organização criminosa.
Garagem usada no tráfico
A investigação da DRE teve início a partir da apreensão de 210 tabletes de maconha, em junho deste ano, quando uma caminhonete foi interceptada pela Polícia Civil na MT-010, no Distrito de Nossa Senhora da Guia. O veículo era conduzido por H.S.A., de 38 anos, que acabou confessando o transporte da droga.
A partir das informações reunidas no inquérito policial, a DRE identificou a cadeia de supostos proprietários da caminhonete apreendida e um esquema envolvendo a garagem de veículos em Sinop.
“A investigação chegou ao proprietário da garagem e identificamos que as vendas orquestradas da caminhonete flagrada com o entorpecente voltavam novamente a ele. Ou seja, a intenção no esquema era adquirir veículos e colocá-los à disposição do tráfico de entorpecentes”, explicou o delegado Caio Fernando.
As diligências da DRE comprovaram que o dono da garagem comprou o veículo de uma empresa que fez a negociação, por meio de uma procuração pública, em nome de um funcionário da revenda de carros, para que o veículo retornasse a ele. Ou seja, a revenda da caminhonete entre a garagem e o comprador foi uma simulação criada para dar crédito ao negócio ilícito e, em caso de apreensão pela polícia com entorpecente ou outra conduta ilícita, nenhum deles fosse atingido.
Informações financeiras reunidas na investigação demonstraram movimentações atípicas em contas bancárias em nome dos três investigados – dono e funcionário da garagem de veículo e o suposto comprador da caminhonete.
A garagem, que foi constituída com capital social informado de R$ 100 mil e faturamento médio mensal de 19 mil. Contudo, em pouco menos de um ano, a conta da empresa teve créditos somados em mais de 5 milhões de reais.