ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), afirmou que o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) intitulada ‘Invasão Zero’ revela para estreita relação entre a invasão de terras junto ao crime organizado atrelado ao incentivo de agentes políticos de Mato Grosso. A previsão é de que o relatório seja lido na próxima sessão na ALMT e com a aprovação da maioria do parlamento, o nome dos envolvidos poderá vir à tona.
"Nós temos, inclusive, detectado pela CPI uma fina ligação entre o crime organizado e as invasões de terra. Também temos agentes políticos envolvidos aí. Tudo isso está no relatório que vai se tornar público assim que for votado depois de apresentado na sessão”, declarou Cattani em coletiva de imprensa.
De acordo com o parlamentar, há políticos das esferas municipal e estadual que incentivaram as invasões de terras. “A CPI foi muito produtiva, foi uma CPI que não teve grandes despesas para casa e um grande resultado. "Nós temos um assentamento em Tangará da Serra onde uma pessoa que invadiu e desmatou toda a reserva do assentamento Antônio Conselheiro foi presa com 100 kg de drogas. Então, existe em todas as esferas uma fina ligação entre o crime organizado e as invasões de terra", afirmou Cattani.
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As investigações também apontaram que facções criminosas estariam incentivando pessoas a entrar em propriedades particulares e montarem barracas de ocupação Com consequência, os donos acabavam multados por danos ambientais.
Na sequência, o autor da instalação da CPI afirmou que, com a divulgação do relatório produzido pelo deputado Carlos Avallone (PSDB), caberá aos órgãos fiscalizadores adotarem providência quanto aos apontamentos revelados.
“Quem vai tomar providência contra isso não somos nós. A CPI é para investigar esses fatos. Nós vamos apresentar isso ao Ministério Público e os responsáveis para que tomem as devidas providências”.
O relatório foi entregue pelo relator, o deputado estadualo Carlos Avallone (PSDB), ao presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSB), e será repassado ao Tribunal de Justiça (TJMT) e ao Ministério Público (MPEMT), que poderão pedir a abertura de um processo.
Quanto aos nomes das lideranças políticas envolvidas nos esquemas, ele destacou que as identidades das personalidades foram poupadas no relatório, mas estão presentes nos autos das investigações, que também ficarão disponíveis. Ao ser questionado sobre a atuação desses supostos envolvidos com mandatos políticos, Cattani frisou: “de todas as esferas”.
CPI de Invasão de Terras
A CPI foi instaurada ainda em outubro de 2023 e tinha por objetivo investigar as invasões urbanas e rurais ocorridas no Estado. O requerimento para criação foi apresentado pelo deputado Gilberto Cattani (PL), que atuou como o presidente da comissão, junto de demais membros como a deputada Janaina Riva (MDB) como vice-presidente e o deputado Avallone, o relator. Os outros dois parlamentares que compõem a CPI são Fábio Tardin (PSB) e Wilson Santos (PSD).
O relatório deveria ter sido concluído em dezembro do ano passado, no entanto, o presidente pediu mais prazo, em razão da complexidade das investigações.