ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não reconheceu "ainda" a vitória de Nicolás Maduro em sua tentativa de reeleição à presidência da Venezuela. Tampouco, segundo ele, é possível reconhecer a vitória do candidato Edmundo González alegada pela oposição.
"Maduro anunciou que ganhou, oposição anunciou que ganhou. Então é importante que a gente tenha alguém para analisar as atas das votações. Ainda não reconheço (a eleição). E ele sabe que está devendo uma explicação para a sociedade e para o mundo", afirmou Lula.
Questionado sobre o assunto em entrevista à Rádio T, em Curitiba, o presidente enfatizou que "não é fácil nem é bom que um presidente de um país fique dando palpite para presidente de outro país". Mas informou que havia conversado pessoalmente com Maduro antes das eleições e "depois não conversei" pedindo transparência ao processo eleitoral. "Porque a legitimidade do resultado é que iria permitir que a gente continuasse brigando pela suspensão das sanções econômicas impostas ao país.
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Lula observa que tem mantido conversas com os presidentes do México e da Colômbia na tentativa de conseguir mediar uma solução dialogada no país vizinho. E que somente a promulgação do resultado pelo Conselho Eleitoral, com base na análise das atas de cada seção eleitoral, poderá dar legitimidade ao pleito. Com isso ainda não ocorreu, o presidente brasileiro pede "biom senso" a Maduro para que conduza a uma saída democrática da crise.
“O Maduro tem seis meses de mandato ainda. Se ele tiver bom senso, ele poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela. Quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário que participe todo mundo e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro", defendeu Lula. "O que eu não posso é ser precipitado em tomar uma decisão. Da mesma forma que eu quero respeitem o Brasil, eu quero respeitar a soberania dos outros países.”