ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Junior, chefe do Ministério Público, defendeu que as conversas entre presos ligados a facções e seus advogados sejam gravadas dentro dos presídios mato-grossenses, como uma estratégica para frear o crime organizado.
"O Ministério Público tem a satisfação de testemunhar governador, o movimento concreto e não retórico, no sentido de afrontamento do que podemos denominar Estado Paralelo. Nós temos enfrentado tanto no plano da segurança pública como no sistema de justiça e instituições criminosas que se fazem de técnica de guerrilha, ocupação de território, extorsão de pessoas, cobrança paralela de taxas para prestarem para funcionar. Então, se nós não mobilizarmos com bastante unidade, nós vamos perder essa guerra. Eu sinto como promotor de justiça, que nós lutamos com as mesmas armas de um século atrás. Eu solicito nossos deputados que estão aqui que sucitem, provoquem o Congresso Nacional, a conferir aos agentes da segurança pública e a nós do sistema de justiça. tem instrumentos equivalentes. Não dá para lutar contra um faccionado com um código penal da década de 40 do século passado. Nós estamos em plena desvantagem. Eu vejo o esforço do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Ministério Público", disse ele, durante evento em que o Governo do Estado lançou o “Programa Tolerância Zero ao Crime Organizado”, nesta segunda-feira (25).
De acordo com Deosdete, alguns desses advogados têm atuado como “correios do crime”, ajudando seus clientes faccionados a continuar cometendo desmandos de dentro das cadeias.
Os nossos clientes estão todos presos, raríssimas são as raríssimas excessões. Essas pessoas continuam falando lá de dentro com muitas vezes advogados que usurpam dessa função, que são ‘correios do crime’- e aqui eu faço uma deferência à OAB, eu respeito a essa instituição tão essencial à democracia, mas nós precisamos relativizar esse direito sim. O advogado que está atendendo um faccionado, ele tem que ter a sua conversa gravada para o bem da sociedade.
Para o procurador-geral, todo o esforço do Estado e do Judiciário tem sido em vão e é preciso “tocar nessa ferida”. Passou a hora de discutir isso. Nós precisamos colocar o dedo nessa ferida. As Penas são brandas. O processo ainda é muito lento. são muitas instâncias cursais.
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Deosdete faz questão de elogiar o governador Mauro Mendes. "Que bom governador, que você teve a coragem de fazer esse enfrentamento. Eu espero que daqui a alguns meses...a gente possa colher resultados bastantes promissores. Porque é muito desanimador, oferecermos denúncias, condenações e as pessoas continuarem de dentro dos presídios praticando crimes e mandando degolar pessoas, isso que é cruel.