ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva sancionou em abril deste ano, o montante de R$ 4,9 bilhões para o fundão, valor 145% maior que o gasto nas eleições municipais de 2020, quando foram utilizados R$ 2 bilhões dos cofres públicos.
Diante disto, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, já fez cinco repasses milionários para a campanha do candidato a prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL). Ao todo, os valores somam R$ 8,7 milhões.
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Os recursos são distribuídos da seguinte forma: 2% igualmente entre todos os partidos; 35% entre as siglas com ao menos um deputado; 48% entre as legendas na proporção do número de deputados e 15% entre os partidos na proporção do número de senadores. Ou seja, as agremiações que obtiveram mais votos na eleição anterior têm direito a uma parcela maior do fundo eleitoral.
Para receber os recursos, cada partido precisa definir critérios de distribuição às candidatas e aos candidatos, de acordo com a lei, respeitando, por exemplo, as cotas por raça e para mulheres. Ao final das eleições, as legendas deverão apresentar a prestação de contas detalhada, que será verificada e votada pelo plenário do TSE.
Os recursos do fundo são distribuídos, em parcela única, aos diretórios nacionais dos partidos. A lei que define o repasse adota os seguintes critérios:
Segundo a declaração de Abilio, os dois primeiros repasses ocorreram no dia 31 de agosto e somam R$ 6,7 milhões. Os valores vinham do chamado Fundão Eleitoral.
Já quase ao final da campanha, em 26 de setembro, Valdemar fez mais três repasses: um de R$ 600 mil, outro de R$ 1 milhão e o último de R$ 400 mil. Estes eram valores referentes ao Fundo Partidário, que são oriundos de doações de pessoas físicas, realizadas através de depósito bancário diretamente na conta do partido político.
Abílio ainda recebeu valores do PL de Mato Grosso e de Cuiabá. Do primeiro, sob comando de Ananias Filho, foram R$ 970 mil. Já do diretório da Capital, que tem o próprio Abílio presidindo, foram R$ 130 mil.
O bolsonarista ainda recebeu outras doações que somadas chegam a R$ 10 milhões. Todos são referentes ao primeiro turno da campanha. Os dados do segundo turno ainda não foram disponibilizados por ele.
Gastos com amigo de Valdemar
De todo recurso recebido, Abilio gastou a maior parte com a empresa do marqueteiro Caco Mesquita, que é de Brasília e é amigo de Valdemar. Caco, que já trabalhou para outros políticos de direita, recebeu até o final do primeiro turno R$ 2,1 milhões.
A descrição de seu trabalho está como “assessoria de comunicação e serviços de consultoria”. O valor, porém, deve subir já que o marqueteiro permanece na função na segunda etapa do pleito.
Outros gastos de Abilio com o dinheiro enviado por Valdemar incluem prestação de serviços contábeis e prestação de serviços jurídicos. Como se sabe, Abílio tem processado uma série de adversários que o criticam nas redes, como a cantora cuiabana Karola Nunes e a influencer de São Paulo Damares de Oliveira Pinto.
Ao todo, ele já torrou R$ 8,6 milhões do dinheiro recebido de Valdemar.
Abilio disputa o segundo turno da eleição em Cuiabá contra Lúdio Cabral (PT). O pleito está marcado para ocorrer em 27 de outubro.
