PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Desde janeiro deste ano, o município de Várzea Grande tem enfrentado uma crescente onda de casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Entre os dias 29 de dezembro de 2024 e 22 de fevereiro de 2025, foram registrados 3.620 casos suspeitos dessas doenças, conforme dados fornecidos pela gerente de Vigilância Epidemiológica, Alessandra Carreira, à equipe do O Fato News (FTN Brasil). Esse número corresponde à soma das semanas epidemiológicas de 1 a 8. A cidade também registrou uma elevação de cerca de 400% nos atendimentos relacionadas as arboviroses.
Diante dessa situação alarmante, as autoridades de saúde, como a Secretaria Municipal de Saúde (SMS-VG) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES/MT), reforçam a necessidade urgente de mobilização da população no combate ao mosquito Aedes aegypti, principal transmissor das doenças.
Entre as ações recomendadas estão a eliminação de criadouros, como água parada em recipientes, caixas d'água e pneus, além do uso constante de repelentes, especialmente em áreas de maior incidência da doença.
Caso surjam sintomas como febre alta, dores musculares, manchas na pele e fadiga extrema, é fundamental buscar atendimento médico imediato para um diagnóstico preciso. A prevenção e o tratamento precoce são essenciais para reduzir os impactos da doença e proteger a saúde da população.
A Vigilância Epidemiológica do município também reforça que as ações de combate ao vetor estão sendo intensificadas, incluindo mutirões de limpeza, aplicação de fumacê e visitas domiciliares para orientar os moradores sobre os riscos e formas de prevenção. Reforçando que, a colaboração da comunidade é essencial para evitar o agravamento da situação.
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Situação de Emergência
Após o decreto 005/2025 que declara situação de emergência em saúde pública, assinado pela prefeita Flávia Moretti em 16 de janeiro, o município de Várzea Grande tem adotado uma série de medidas para conter o avanço das arboviroses.
Dentre as ações em prática, a prefeitura viabilizou a aquisição e distribuição de medicamentos e soros para a Atenção Primária à Saúde, reforçando a rede SUS, considerada a porta de entrada para o atendimento da população. Além disso, há um acompanhamento constante das notificações, com cobrança dos profissionais para que as informações sejam registradas corretamente no sistema oficial Dengue Online. Para garantir o atendimento à demanda crescente, foi autorizado um plantonista médico extra nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além de reforço nas equipes de enfermagem e a limpeza de todas as unidades de saúde.
Em reunião com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, a prefeitura obteve apoio do governo estadual para o fortalecimento das ações de controle de vetores e melhoria no atendimento à população. A prefeita também destacou a visita do governador Mauro Mendes ao Hospital Metropolitano, onde foi feita uma doação de R$ 5 milhões em equipamentos para a reestruturação do Pronto Socorro.
Durante coletiva de imprensa, a prefeita Flávia Moretti enfatizou que todas as medidas estão sendo tomadas com urgência para conter o aumento dos casos e fez um apelo à população: “Quero que todos nos ajudem nessa batalha contra o mosquito Aedes aegypti. Se cada um fizer o dever de casa, na limpeza de seus terrenos e nos criadouros dos vetores, vamos vencer essa luta”.
Moretti também pediu o apoio dos órgãos de comunicação para reforçar o pedido de conscientização e engajamento da população no combate ao mosquito.
Uso do "fumacê"
A prefeitura de Várzea Grande requisitou à Secretaria de Estado de Saúde a utilização do “Fumacê” para conter o avanço das arboviroses, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. A cidade, que se encontra em alerta vermelho devido à alta incidência dessas doenças, busca uma medida eficaz para controlar a proliferação do vetor e minimizar os riscos à saúde da população.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, o pedido foi formalizado no último dia 18 de fevereiro.
Estudos do Ministério da Saúde destacam que o "Fumacê" é um produto utilizado para a aplicação espacial a Ultra Baixo Volume (UBV), composto por uma combinação de duas moléculas ativas, a Praletrina e a Imidacloprida, além de solventes. Essa técnica de controle químico do mosquito Aedes aegypti é recomendada apenas em situações excepcionais, como no caso de surtos intensos de arboviroses, quando outras medidas preventivas não são suficientes para conter a propagação das doenças.
Lembrado que, a aplicação do "Fumacê" deve ser sempre feita em conjunto com outras ações de controle, como o combate à água parada, o uso de larvicidas e a conscientização da população sobre a importância da eliminação de criadouros do mosquito. Essa abordagem integrada é fundamental para garantir a eficácia no enfrentamento das arboviroses, especialmente em áreas com altos índices de infestação, como Várzea Grande, que atualmente se encontra em alerta vermelho devido à elevada incidência dessas doenças.