PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Federal deflagrou a Operação Munduruku Log nesta quarta-feira (5), visando combater atos criminosos que subsidiam a logística do garimpo ilegal no interior da Terra Indígena Munduruku, localizada no município de Jacareacanga, Pará. Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão contra empresários nos municípios paraenses de Jacareacanga, Santarém, Itaituba e Novo Progresso, além de Sinop e Alta Floresta, no Mato Grosso, e Porto Velho, em Rondônia.
As investigações que deram origem à Operação Munduruku Log começaram com a identificação de comércios em Jacareacanga que davam suporte à extração ilegal de ouro na Terra Indígena Munduruku. Esses comércios estavam envolvidos em diversas atividades criminosas, como fornecer combustível para balsas e escavadeiras hidráulicas, transportar maquinários pesados pelos rios da região e facilitar o transporte aéreo do ouro por meio de pistas de pouso clandestinas. Além disso, esses comércios ajudavam a viabilizar a comercialização do ouro extraído ilegalmente no mercado negro. Esse esquema logístico era essencial para manter o garimpo ilegal ativo na região.
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Com o início da Desintrusão da TI Munduruku em novembro de 2024 e a prisão de diversas pessoas envolvidas com o garimpo ilegal, verificou-se que os investigados migraram para outras cidades do Pará e até para outros estados para evitar serem localizados pela Polícia Federal.
No entanto, todos os investigados foram localizados e responderão criminalmente pelos danos ambientais, pela usurpação de bens públicos da União e pelos crimes contra o povo indígena Munduruku, incluindo a violação de sua terra, cultura e costumes. Penas que somadas podem chegar a 12 anos de prisão.
Durante a operação, foram apreendidos veículos de luxo, motocicletas de grande cilindrada, documentos, joias e ouro, provavelmente extraído ilegalmente da Terra Indígena Munduruku. Além disso, houve o bloqueio de bens e contas bancárias dos investigados, totalizando cerca de R$ 24 milhões.
Outras operações
A Terra Indígena Munduruku tem sido alvo de outras operações federais para combater o garimpo ilegal. Em novembro de 2024, uma operação de desintrusão resultou na inutilização de R$ 32 milhões em máquinas e estruturas utilizadas no garimpo ilegal, além da aplicação de R$ 4,4 milhões em multas.