ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) usou suas redes sociais na última sexta-feira (21) para ‘detonar’ a decisão anunciada de manhã pelo governo federal de suspender o Plano Safra 2024/2025.
A parlamentar enumerou os prejuízos que a medida trará para a produção de alimentos no país, sobretudo de proteínas, cujos valores já vêm subindo nos últimos meses, como carne e ovos. Ela destacou que o governo, assim como a economia do país, não vai bem.
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“O Plano Safra é um financiamento para a produção agrícola. Ele proporciona aquisição de máquinas, aquisição de insumos para a produção. E o que que o governo disse? O governo diz que é pra equalizar a taxa de juros, a falta de orçamento. Quer dizer, o governo federal está admitindo que não vai bem economicamente, aliás, o país não vai bem economicamente”.
A parlamentar destacou a lógica de com os produtores de Mato Grosso serão atingidos e do aumento do valor dos alimentos, a partir da pressão inflacionária que a falta do aporte financeiro trará.
“O governo, apesar de ter tirado a agricultura familiar, os médios produtores daqui e alguns pequenos também, que não são da agricultura familiar, eles vão acabar pressionando o aumento da inflação, até porque a falta de acesso a crédito gera também uma pressão inflacionária grande, porque reduz a produção brasileira”.
Janaína argumentou que o aumento no custo da produção desencadeia a majoração do produto na ponta, tendo em vista que milho, soja e outros grãos são utilizados na composição alimentar da criação que abastece o mercado interno. Dessa forma, acrescentou não 'entender a lógica adotada pelo governo'.
"Isso, é claro, impacta diretamente no preço do alimento. Vai impactar no preço da carne, isso vai impactar no preço do ovo, isso impacta no preço da galinha, isso impacta em tudo quanto é tipo de proteína, especialmente porque tem muito ambientalista que diz assim: ‘a gente não vive de comer milho e soja’. É, mas aquilo que você come come milho e soja. Ração do boi, a galinha que faz o ovo e pro aí vai".
Para a Aprosoja, o impacto desta medida pode refletir diretamente no abastecimento interno brasileiro, influenciando o preço dos alimentos e pressionando a inflação, tendo em vista que as dificuldades na produção de grãos afetam diretamente o preço da carne, do leite e dos ovos.
“O agronegócio brasileiro é um dos principais responsáveis pelo superávit comercial do país, e a insegurança gerada pela falta de previsibilidade nos financiamentos pode afastar investidores, reduzir a competitividade dos produtores e abrir espaço para concorrentes em mercados estratégicos. Isso é ainda mais premente quando se considera que, apesar de falar em diminuição de preços dos alimentos, o governo tem adotado políticas que aumentam a inflação, criando um cenário contraditório que não fecha a conta”, diz outro trecho do texto oficial.
O que o Governo Federal diz:
A medida anunciada pelo governo federal mexeu com os ânimos em Mato Grosso, um dos maiores produtores de alimento do país. A Assossiação de Produtores de Soja e Milho do Estado ( Aprosoja-MT) repudiou publicamente a decisão.
De acordo com a Pasta, o motivo da interrupção é a ausência de recursos para dar andamento às contratações. O documento apresentado aponta a taxa Selic alta e a não aprovação do Projeto da Lei Orçamentária (PLOA) 2025 como justificativas.
Devido à divulgação de nova grade de parâmetros oficial pela Secretaria de Política Econômica (SPE/MF) no início do presente mês e ao recebimento de informações atualizadas da previsão de gastos com o estoque de operações rurais contratadas com equalização de taxas de juros, as estimativas dos gastos para 2025 com a referida subvenção econômica foram atualizadas, tendo como resultado um aumento relevante dos gastos devido à forte elevação nos índices econômicos que compõem os custos das fontes em relação aos utilizados na confecção do Projeto de Lei Orçamentária – PLOA 2025, ainda em tramitação no Congresso Nacional”, declara o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, que assina o texto.
Ainda na tarde de sexta-feira, o ministro da Agricultra, Carlos Fávaro, em coletiva na Capital, remeteu a responsabilidade pela medida so Congresso Nacional, por não ter votado o orçamento.