PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Nesta terça-feira (25), o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) divulgou uma nota pública manifestando pesar pela morte brutal de Claudemir Sá Ribeiro, de 26 anos, alvejado a tiros e morto a queima-roupa por um policial militar da reserva, de 54 anos, que atuava como gestor de uma escola cívico-militar.
O crime ocorreu na noite de domingo (23), em um bar na avenida Taruma, em Colniza (MT) e foi filmado por uma câmera de segurança. Nas imagens, é possível ver Elias indo até a mesa onde a vítima estava sentada com dois amigos. Após poucos segundos de conversa, Elias saca a arma e atira no rapaz. Ele fugiu do local, mas foi preso em flagrante momentos depois.
Em nota, o Sintep-MT destaca a gravidade do episódio e o associa à crescente militarização da educação pública, ressaltando que casos como esse evidenciam os riscos da presença de agentes armados na gestão escolar. Para o sindicato, a escola deve ser um espaço de aprendizado, acolhimento e resolução pacífica de conflitos, e não um ambiente marcado pelo autoritarismo e pela força.
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O envolvimento de um policial militar da reserva, ocupando o cargo de diretor de uma escola cívico-militar, em um ato de extrema violência reforça as preocupações da entidade sobre os impactos desse modelo na educação. Segundo o Sintep-MT, a inserção de membros das forças de segurança na administração escolar não garante disciplina e ordem, mas sim expõe estudantes e profissionais ao risco de episódios violentos.
A entidade reforça que conflitos são inerentes às relações humanas e, quando ocorrem no ambiente escolar, devem ser solucionados com critérios pedagógicos, e não militares. A presença de pessoas armadas nas escolas amplia o risco de que desentendimentos cotidianos sejam resolvidos de maneira violenta, em vez de serem mediados pelo diálogo e pelo ordenamento jurídico.
Por fim, o Sintep-MT alerta para os impactos psicológicos que esse cenário pode causar nos estudantes, que passam a conviver em um ambiente regido pela força, e não pelo ensino. O sindicato reafirma sua posição contrária à militarização das escolas públicas e cobra providências para evitar que tragédias como essa voltem a acontecer.
Leia a nota na íntegra:
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) lamenta profundamente a morte brutal ocorrida em Colniza, quando um jovem de 26 anos foi alvejado a tiros e morto a queima-roupa por um membro da gestão escolar de uma escola cívico-militar, policial da reserva. A tragédia ocorreu em um bar, mas poderia ter acontecido em qualquer outro ambiente onde uma pessoa armada e sem controle emocional assume o papel de justiceiro.
É alarmante observar casos em que indivíduos ligados à educação pública militarizada se envolvem em atos criminosos, o que reflete a crescente banalização dos princípios educacionais. A preocupação do Sintep-MT com a militarização das escolas se reforça diante desse episódio, pois evidencia os riscos da presença de agentes armados na gestão escolar. A escola deve ser um espaço de aprendizado, acolhimento e resolução pacífica de conflitos, não um local onde o autoritarismo e a força armada prevaleçam.
O envolvimento de um policial militar da reserva, ocupando o cargo de diretor de uma escola cívico-militar, em um ato de extrema violência ilustra um modelo que a sociedade não pode aceitar como referência para a educação. O Sintep-MT reitera seu alerta sobre o retrocesso representado pela inserção de membros das forças de segurança na administração escolar, uma medida que, longe de garantir ordem e disciplina, expõe estudantes e profissionais ao risco de situações de violência.
O crime registrado em Colniza reafirma que conflitos são inerentes às relações humanas, mas, se ocorridos no ambiente escolar, devem ser resolvidos com critérios pedagógicos, e não militares. A presença de pessoas armadas em escolas aumenta o perigo de que confrontos cotidianos sejam resolvidos de forma violenta, em vez de serem mediados pelo diálogo e pelo ordenamento jurídico. Esse cenário é prejudicial principalmente para os estudantes, que podem sofrer impactos psicológicos graves ao conviverem em um ambiente regido pela força e não pela educação.
Casos emblemáticos e denúncias
Nos últimos anos, diversos episódios demonstram os riscos do modelo cívico-militar:
• Março de 2024 (Paraná): Um aluno foi esfaqueado por um colega no banheiro do Colégio Cívico-Militar Frentino Sackser (FOLHAEXTRA, 2024).
• Janeiro de 2022 (Paranavaí, PR): Um policial militar da reserva, atuando como monitor, foi investigado por assediar sexualmente alunas (G1 PARANÁ, 2024).
• 2020-2024 (Paraná): Sete denúncias de abuso sexual em colégios cívico-militares foram registradas (PLURAL.JOR, 2024).
• 2023 (São Paulo): O processo de militarização em escolas públicas foi associado a casos de violência envolvendo a PM (DIÁRIO DIPLOMÁTICO, 2024).
• Julho de 2023 (Brasil): Escolas cívico-militares foram marcadas por abusos de autoridade, como proibição de bonés e corte de cabelo coercitivo (BRASIL DE FATO, 2023).
• 2024 (Curitiba, PR): Estudantes denunciaram práticas abusivas, comparando o ambiente escolar a uma "prisão" (APPSINDICATO, 2024).
• Março de 2025 (Paraná): Brigas generalizadas e disparos de arma em frente a colégios foram registrados, sem intervenção militar (APPSINDICATO, 2024).
• 2024 (Nacional): Atividades pedagógicas foram substituídas por cantos com versos de ódio em escola cívico-militar (TERRA, 2024).
Documentação e apelos
O Dossiê do Observatório de Escolas Militarizadas (2021) detalha violações como agressões, racismo e repressão excessiva em instituições do Paraná. Relatos de assédio sexual em Francisco Beltrão (PR) e agressões físicas em Imbituva (PR) reforçam a urgência de revisão desse modelo.
O Sintep-MT reafirma que a educação pública deve ser conduzida por profissionais qualificados, selecionados por concurso, e não por agentes militares. A tragédia em Colniza e os casos citados deixam claro que a gestão escolar deve priorizar o diálogo, a mediação pedagógica e o respeito aos direitos humanos, garantindo que a escola seja um espaço seguro para todos.
Cuiabá, 25 de março de 2025
Direção do Sintep-MT
FTN BRASIL 27/03/2025
O jovem não fez nada. Segundo o delegado Ronaldo Binoti, o PM aposentado matou o jovem porque teria cismado que o rapaz fazia parte do Comando Vermelho, apesar de não ter nenhum indício disso. O diretor teria ficado irritado porque mulheres para quais ele pagara cerveja haviam se sentado com os jovens no bar. Não houve nenhuma confusão anterior que motivasse o crime. Acesse a matéria completa: https://www.ftnbrasil.com.br/politica-e-judiciario/justica-determina-transferencia-para-o-bope-de-policial-militar-da-reserva-acusado-de-homicidio/54022
Junior 27/03/2025
Tá mas o que o jovem fez ? Algo de errado não estava certo . E se fosse esse jovem ,que tivesse assassinado o diretor ? Falta uma clareza nessa matéria , tendenciosa a notícia , sem saber os pqs.
2 comentários