PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, expressou sua indignação após tomar conhecimento, por meio da imprensa nacional, da decisão anunciada pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, de suspender a comercialização de carne oriunda do Mercosul, bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Mendes destacou que o Carrefour, no Brasil, também é dono da rede Atacadão e possui uma forte presença em várias cidades do país e reiterou que a decisão do Carrefour é uma afronta à economia brasileira e, em particular, ao setor agropecuário, que é uma das principais forças econômicas de Mato Grosso e do Brasil.
"Eu acabei de ver aqui na imprensa nacional, que o diretor mundial do Carrefour, que no Brasil também é dono do Atacadão, dessa grande rede de mercado que existe em diversas cidades brasileiras, que eles tomaram uma decisão de não comprar carne brasileira e nem de outros países aqui da América do Sul", declarou o governador.
O governador também contextualizou a decisão do Carrefour ao comentar que o anúncio do CEO global da empresa, Alexandre Bompard, foi uma resposta a pressões de produtores do agronegócio francês. Segundo Mendes, os produtores franceses têm protestado contra um possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia, argumentando que não conseguem competir com a força e eficiência do agronegócio brasileiro.
"Ele fez esse comunicado em resposta aos produtores do agronegócio francês que mais uma vez estão fazendo protesto por conta de um acordo que pode ser assinado do Mercosul com a União Europeia. Como esses produtores franceses não conseguem competir com o agronegócio brasileiro, eles ficam criando esses artifícios, e o Carrefour e o Atacadão embarcaram nessa onda", afirmou o governador.
Mauro Mendes aproveitou a oportunidade para criticar não apenas a decisão do Carrefour, mas também a postura de líderes internacionais, como o presidente da França, Emmanuel Macron, e de determinados grupos ambientalistas. Segundo ele, o uso do discurso ambiental muitas vezes serve como pretexto para criar barreiras comerciais contra o agronegócio brasileiro e de outros países sul-americanos.
"Fica mais uma vez claro que essa história do senhor Macron e de muitos ambientalistas que se dizem defensores do meio ambiente, isso é muita conversa fiada, porque no fundo mesmo eles querem usar muitas vezes o meio ambiente para criar barreiras contra o agronegócio do nosso país, do Brasil, e de outros países aqui da América do Sul", afirmou Mendes.
"Quero dizer ao senhor Carrefour, ao diretor geral desta empresa, que ele tem sim o direito de comprar de quem ele quer pra mandar produto lá para França. Mas que nós brasileiros também tamos o mesmo direito. Nós também podemos comprar de que nós quisermos. Eu acho que não é justo alguém nos tratar dessa forma e a gente não dar a eles aquilo que é muito conhecido, inclusive internacionalmente, que é a chamada Lei da Reciprocidade, do que jeito que você me trata, eu posso também te tratar. Então se o Brasil não serve para vender carne pra eles, então eles não servem pra vender produtos franceses a até porque não dizer que essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso país", declarou.
"A partir de agora, quero dizer a esse diretor geral do Carrefour, do Atacadão, que eu como cidadão não vou mais comprar nas lojas deles. Eu cho que quem é do agronegócio brasileiro, tendo esse tipo de tratamento dessa empresa, poderia pensar em fazer a mesma coisa. E acho que todos nós brasileiros para honrar o nosso país, devemos pensar em dar a este Carrefour, ao Atacadão, o mesmo tratamento que eles estão dando ao nosso país", concluiu o governador Mauro Mendes.