PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na última segunda-feira (10), duas advogadas foram alvos de mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, cumpridos durante a deflagração da Operação A César o que é de César, da Polícia Civil de Mato Grosso. As advogadas também tiveram decretados o afastamento dos sigilos bancários.
De acordo com a investigação da Gerência e da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco) referente a um esquema de extorsão contra comerciantes de Várzea Grande identificou que duas advogadas foram colocadas a serviço de uma facção criminosa para fiscalizar o depoimento de vítimas e testemunhas à Polícia Civil.
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Entenda o caso
A investigação conduzida pela GCCO/Draco apura um esquema de extorsão que afeta os comerciantes do camelódromo de Várzea Grande. Segundo as informações, dois integrantes de uma facção criminosa lideram o esquema, exigindo que os lojistas paguem 5% do faturamento mensal, sob a ameaça de ter seus estabelecimentos incendiados.
A Polícia Civil iniciou a apuração em novembro do ano passado, após denúncias de que os comerciantes estavam sendo coagidos pelos criminosos.
As ameaças se estenderam ainda para que as vítimas e testemunhas fossem coagidas a serem acompanhadas pelas duas advogadas, durante oitivas na GCCO, sem que eles tivessem solicitado os serviços advocatícios. Desta forma, a GCCO também apura no inquérito policial o crime de embaraço à investigação.
A investigação apurou que os faccionados ameaçavam as vítimas dizendo que, caso fossem intimadas pela Polícia Civil, deveriam negar os fatos e anunciaram que seria enviado um advogado para acompanhá-las com o objetivo de impedir o livre depoimento.
O esquema de extorsão e ameaças é liderado pelo criminoso conhecido pelo apelido de Shelby. Ele e o principal comparsa foram presos durante a operação. O.R. se apresentava como "disciplina" da facção ao abordar os lojistas e, junto com os cúmplices, monitoravam as rotinas e mantinham presença constante nos estabelecimentos, sob o pretexto de oferecer "segurança".
Diante da recusa das vítimas em fazer os pagamentos, os criminosos ameaçavam morte, violência física e incêndios criminosos contra os comerciantes, funcionários e familiares.