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22 de Novembro de 2024, 07h:40 A- A+

Política e Eleições / AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Ministro Gilmar Mendes prorroga para 2025 prazo de conciliação sobre marco temporal

Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes decidiu prorrogar os trabalhos da audiência de conciliação sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas para 28 de fevereiro de 2025

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes prorrogou os trabalhos da audiência de conciliação sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Inicialmente, as reuniões estavam previstas para serem concluídas em 18 de dezembro de 2024, mas agora o prazo foi estendido até 28 de fevereiro de 2025.

Em agosto de 2024, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), principal entidade que representa e defende os direitos dos povos indígenas, decidiu se retirar das discussões da audiência de conciliação sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. A Apib argumentou que os direitos indígenas são invioláveis e inegociáveis, além de destacar a falta de paridade no debate, que, segundo a entidade, favorecia interesses contrários às demandas indígenas.

No ano passado, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido que o marco temporal era inconstitucional, reafirmando os direitos dos povos indígenas às suas terras, independentemente de estarem ocupadas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Essa decisão representou uma vitória histórica para os povos indígenas, mas o tema continua gerando controvérsia, com setores buscando ajustes ou conciliações no âmbito da sua aplicação prática.

Após a saída da Apib da audiência de conciliação sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, o ministro Gilmar Mendes decidiu dar continuidade aos debates, mesmo sem a participação da entidade que representa os povos indígenas.

Mendes justificou sua decisão afirmando que "nenhuma parte envolvida na discussão pode paralisar o andamento dos trabalhos", destacando a importância de avançar no diálogo entre os demais setores envolvidos.

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Audiência de conciliação

A audiência foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações protocoladas pelo PL, o PP e o Republicanos para manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.

Além de convocar a audiência de conciliação, o ministro Gilmar Mendes rejeitou um pedido de entidades indígenas para suspender os efeitos da deliberação do Congresso Nacional que aprovou o projeto de lei reconhecendo o marco temporal. Essa decisão causou descontentamento entre os povos indígenas, que consideram a medida um retrocesso na garantia de seus direitos.

A audiência, inicialmente prevista para terminar em 18 de dezembro de 2024, foi prorrogada para 28 de fevereiro de 2025, adiando a possibilidade de o STF tomar uma nova decisão definitiva sobre o tema.

Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco. Em setembro, antes da decisão dos parlamentares, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Corte foi levada em conta pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial. 

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